O tempo passa e a gente quando se dá conta, estamos na segunda metade da vida, apenas pelas estatísticas que nos cabe prever. Claro tudo é muito veloz e confesso que assim como minha mãe, tenho efeitos tardios a situações difíceis que às vezes temos que passar. Ninguém mais fala de pandemia e eu falo de pandemia, pois além de ter perdido muitas pessoas amadas, tenho próximos muitos amigos que tem vários tipos de reações no organismo por terem contraído a covid. Sigo parcialmente usando máscaras, tiro em algumas situações, mas confesso ainda bem receosa, pois com certeza para meu organismo não seria nada legal. Gosto de cantar, dançar, pular corda...Rezo diariamente pedindo a Deus e Nossa Senhora Desatadora dos Nós, a quem sou devota, para que nem eu, nem meu filho jamais contraiamos nenhuma doença. Voltando a falar do vácuo que, às vezes, sinto do tempo, é por uma questão de mudanças e dos nossos sonhos, bagagens e histórias.
Quando se nasce artista, antes de mais nada, o ser tem uma necessidade vital de expressão, que jamais deve ser tolhida, pelo contrário deve ser incentivada estimulada e amparada. Ah claro, existem várias outras profissões que também são assim, como se fosse uma pré necessidade vital, enfim.
De forma clara e objetiva vamos falar do Teatro, de suas possibilidade e dificuldades neste momento do mundo. Bem, se sabe que o Teatro vinha numa crescente dependência de patrocínios, de leis que apoiassem, pois longe dos tempos que começamos, que os espetáculos eram pagos com as próprias bilheterias, hoje em dia e mais do que nunca, não se sobrevive sem leis e patrocínios. Ai vocês podem me perguntar, ora, mas e as Leis e os Editais? Sim estão ai e sorte de quem consegue atravessar toda a burocracia para chegar a conquistar este benefício. Outra coisa que também é a real, é uma multidão de artistas, cias, grupos e espetáculos para disputa de espaços e teatros. Coisa que nos anos 80, 90 até meados de 2005 não existia. Uma superlotação, um mercado inflado. Uma verdadeira loucura.
Voltando ao meu sonho de ser artista, eu penso: Uau, que loucura, estaria eu dentro de um terreno ensaboado, onde a sensação é escorregadia?
Vocês sabem que atuo e produzo Musicais, desde os anos 80 com minha estreia profissional como atriz em A Chorus Line, Teatro Sergio Cardoso, São Paulo, produção Walter Clark, com quem depois, a seu convite, tive a honra de trabalhar no Rio Hit Parade, na TV Rio. Pois bem de lá para cá, inúmeros espetáculos, shows, produções, filmes, comerciais, etc.
Me formei recentemente em Marketing e tinha uma matéria que falava do sucesso de um negócio, que teria, o lançamento, a crescente, o auge e o declínio. Confesso que não penso assim, acho que o declínio, só acontece se a gestão não acompanhar a evolução dos tempos. Acredito na história, nos valores concisos, na força interior de um mentor. Um diretor, um ator.
Dentro deste panorama, onde ditei várias ideias e fui "seguida", penso em boas palavras para dizer: Que servi de inspiração para muitas Cias, que é hora de lançar mais uma. Assim criei no Sympla uma forma de vender meus espetáculos de forma diferenciada. Espero que o público curta, goste e que assim possamos seguir nesta nova etapa e formato de uma maneira bem inspiradora e criativa. Dá um confere lá!
Se eu tiver que dar um conselho para quem está se formando, diria, aprenda além de ser artista a ter várias outras profissões, para sobreviver com boa qualidade de vida e mais, siga sempre estudando e se aprimorando para ser bom no que faz.