sábado, 11 de julho de 2015

Eu pulei o muro!

"Literalmente fui criada em Búzios e vivíamos pulando o muro para lá e para cá, nossa casa era vizinha dos Tedesco, meu pai era melhor amigo do Tio Jorge. Aquela mulekada, vivia para lá e para cá sem cerimônias, éramos muito bem vindos em qualquer momento, virávamos noites olhando a lua, tocando violão e fazendo muita farra. Soltos, amigos e aprendendo muito com os adultos e com as crianças que nos cercavam. Era uma tchurma, que sei que há qualquer momento que venhamos a nos encontrar, casados, solteiros ou tico tico no fubá, vamos nos abraçar e celebrar a vida.
Foi uma galera que uniu várias gerações, pescávamos, andávamos a cavalo, de carro, para vocês terem uma idéia meu primeiro carro ganhei aos 13 anos, era uma variante irada caramelo, rsrsrs. Nossa! A gente dava cavalo de pau no campo de aviação, que também era uma pasto, ou seja, quando os aviões iam pousar a gente tinha que espantar o gado. Mulekada terrível. 
Claro que a música, as rodas de violão, as danças, esportes tudo fluia a mil naquela época. Meu primeiro apelido "Piaçoca" (Que é um pássaro do Brejo) foi dado a mim pelo querido Bernard Castejá, mas nem havia ainda a palavra bulling kkkk. Lembro que no Futebol de meninas o Bernard puxou o coro, foi desesperador kkk, mas anos depois viemos juntos a ganhar um grande Concurso Dancing Days, de disco, que o Lauro Corona e a Gloria Pires foram jurados!! 
Os pais nem se metiam muito nas nossas questões , mas o diálogo rolava solto e abertamente nos expressávamos.
Era tudo tão bom, que lembro que todas as voltas de férias eu vinha quase que chorando a viagem toda no carro, mas era hora de voltar e estudar e ai a gente só se via nos finais de semana, enfim, coisas da vida.
Nem sei dizer como tudo acontecia e tínhamos muito tempo para viver, contemplar e éramos envolvidos por uma natureza muito pulsante, ainda meio virgem. Tinha um sentido de descoberta, de desbravar o mundo e a amizade e o respeito rolavam de verdade. A gente não aceitava outra forma de ser feliz!
Como sou temporão sempre admirava muito as namoradas dos meus irmãos e queria ser como elas! Queria andar de moto, mas meus pais só deixavam na garagem e me deram o carro justamente para que eu não andasse, esta era a moeda de troca e eu respeitava. 
Lá em Búzios, algumas vezes eu andei com Carlos Tedesco, naquelas ruas de trás que não passava carro, às vezes a gente dava de cara com uma vaca ou cavalo. Era assim.
A vida vai andando e muitas coisas acontecem, uma boas, outras ótimas, algumas difíceis e de repente a gente vê que o muro pode aparecer várias vezes no nosso caminho e a gente tem que ter coragem de pular, na real, ter coragem e escolher o lado que quer ficar, pelo menos que seja naquele dia, naquele momento, e ai a gente percebe também que tudo na vida deve ter uma continuidade, para que realmente possa se escrever alguma história.
Eu fiz há alguns anos atrás uma opção de disciplina de vida, de alimentação, de espiritualidade que me custou abrir mão de alguns hábitos, para desenvolver outros, na real é uma opção de conexão de sintonia com o universo.
Trocando em miúdos seria, o Universo é feito de várias camadas de sintonia que a gente pode escolher qual estação tá afim de se conectar e sintonizar. Quando me falaram isto pela primeira vez, pensei: Papo de maluco rsrsrs, mas depois comecei a compreender e entender que é assim, quero dizer: pode ser assim se assim a pessoa quiser que sua vida, seu caminho tomem este rumo.
Ai de repente começam a levantar a bandeira da física quântica, do poder de emanação e posso confessar, acho que é assim mesmo.
Seria uma resposta, para várias perguntas que ebuliram em mim por vários períodos da minha vida.
A questão é que todo este alvoroço de descoberta, de criatividade, de vontade que o mundo melhore, que as pessoas aprendam a verdadeiramente se respeitar, continua muito latente no meu desejo de um mundo melhor. É como se a juventude da vida, habitasse meu coração. E sinto necessidade e obrigação de fazer, por merecer, por isso que esta disciplina diária, com uma rotina firme , é fundamental para ter esta continuidade. é como uma pesquisa de uma descoberta, que não pode ser deixada de lado, nem um dia.
É a sede da artista que mora dentro de mim, que me guia para frente, guardando nas lembranças a satisfação de ter  tantos amigos maravilhosos!" (Maria Lucia Priolli)



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