"Uma artista vê o mundo através dos olhos da arte! Sempre há poesia, charme quando se está exercendo a profissão arduamente, intensamente, profundamente, continuamente! É como meu querido Marcio Montarroyos falava: Queridona, não dá para parar, é como cavalo de corrida!
Sempre fui distante de política e de valores da burguesia que afronta! É do meu caráter! Por isso acho muito, que independente do meio que vive, a pessoa faz suas escolhas.
Distante de política, porém atenta na hora de votar!
Meus pais sempre me educaram para o trabalho e as conquistas verdadeiras, aquelas que galgamos pelo nosso próprio suor e batalha, tanto que só fui pisar como artista nos palcos do Canecão, depois que havia me consagrado no Musical Chorus Line e em vários outros espetáculos e Cias , por diversos Teatros da Cidade! Meu pai Salvador Priolli, sempre teve a preocupação de mostrar para o mundo que meu talento independia do apadrinhamento. E juro acho que é assim! Não só para a Sociedade, mas principalmente para nós mesmos. Fazer uma audição para 18 vagas, concorrendo com 800 candidatos, naquela época 1982/83, foi uma grande vitória!
Hoje em dia vejo que os artistas tem muitas possibilidades de aprendizado e informação com uma rapidez maravilhosa, mas há de haver bons professores e aprofundamento, comprometimento, responsabilidade! Hoje em dia, mandar seu sub fazer o espetáculo, já é quase uma rotina, não para mim!!!! Embora entenda e aceite isto dos outros colegas de trabalho. A vida está dura, não dá para recusar trabalhos que sejam bem remunerados!
Fui morar sozinha e cuidar do meu nariz muito jovem, com 18 anos e acho que isto foi muito bom. Dar responsabilidade a quem é capaz de assumir. Eu fui capaz! Graças a meus Pais, meu empenho, meus maravilhosos mestres, nossa foram tantos: Lucia Coelho, Tatiana Leskova, Marly Tavares, Nega, Dna. Eugênia Feodorova, Eliana Karin, Lennie Dale, Pedro Paulo Castro Neves, Laura Proença, Orlando Cani, Maestro Zaraspe, Vilma Vernon, Regina Sauer, Nadia Nardini, Sônia Machado, Moema Correa, Helena Lobato, Kaká Boa Morte, Celio Rentroya, Alvim Ailey, New York Conservatory of Dance, Ronn Forella, Jo Jo Smith, Amir Haddad, etc.... Mestres maravilhosos, exigentes e minha entrega ao aprendizado foi total! É total!!! Não dá para parar, senão literalmente enferruja.
Bem voltando ao olhar sobre o Mundo atual, existe uma grande vontade de que as coisas melhorem, que cada um assuma seu tijolo, carregue sua cruz e recicle a vida, tenha um olhar digno e respeitoso para o próximo e para si mesmo. Muito importante ter esta visão e sentimento para si mesmo, pois a partir dai pode haver ânimo para ajudar o mundo!
Existe uma doença na Sociedade atual de jogar a culpa no outro, sempre é o outro, e quando a gente vê, o que podemos mesmo fazer? Que seja um grão a carregar, o que podemos verdadeiramente carregar e ajudar a limpar, cuidar e melhorar o mundo!
Quando penso em redes sociais e vejo por onde anda a solidão das pessoas, penso também no tempo que é saudável estar aqui sentada na frente do computador, divagando e concluo, com uma dosagem certa, é muito bom! Podemos resgatar pessoas que não vemos nunca, podemos mandar boas mensagens para o mundo, podemos nos instruir e ver que o Planeta como um todo passa por um momento bem descompassado, com valores muito desconexos e que as tribos tem que se organizar, reorganizar e tecer novamente suas estratégias para sair deste sufoco. Ai volto a falar de uma coisa que quem me conhece de perto sabe, vamos falar de movimento, tem que haver um movimento, tem que estar em movimento, tem que fazer alguma coisa sadia. começando pelo básico, se alimentar bem, dormir bem, se exercitar, ler bons livros, ouvir boa música, achar tempo para respirar bem, a partir dai o ser começa a ter forças para arregaçar as mangas e agir!!!! Tem que AGIR!!!! Contem comigo para fazer parte desta corrente para frente. Quero voltar a ter meus ídolos e desejo que o mundo os ajude a viver, e vencer e escrever histórias, que possamos valorizar, lembrar e contar para nosso filhos e netos como é bom saber viver!" (Maria Lucia Priolli)
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